Recomendações éticas

O ambiente e a equipe profissional

O mensageiro deve inteirar-se das normas da instituição e segui-las na íntegra, apresentando suas referencias na entrada, mantendo as posturas e regras recomendadas na permanência e saída da instituição.

Não deve criticar ou questionar as normas da instituição, o tratamento médico e o diagnóstico.

Deve também buscar as orientações específicas com o capelão quando este estiver presente.

Deve respeitar sempre o horário, dia e número de mensageiros pré-estabelecido para a visita.

Lembrar que existem profissionais treinados e aptos para realização de procedimentos técnicos com o doente, não cabendo ao mensageiro mexer nos curativos, fornecer alimentos e objetos aos doentes.

Não realizar procedimentos técnicos, como levantar a cama, acertar tubos introduzidos e outros aparelhos ligados ao doente, mesmo que você seja um profissional da saúde.

Não passar para familiares e doentes informações sobre a gravidade do estado de saúde ou quadro clínico do doente. O profissional da saúde é quem melhor pode prestar essas informações.

Verificar se há qualquer sinal expresso de “proibido visitas”, ou “isolamento” na porta do quarto do doente.

O paciente

Saber ouvir – com simpatia, compaixão e interesse – colocar-se no lugar do doente.

O mensageiro deve respeitar a vida, a dignidade as limitações e também as restrições médicas de atendimento ao doente.

É preciso ter critério e bom senso quanto ao tempo da duração da visita.

Na visita em apoio espiritual é muito importante respeitar a idade real do doente não utilizando uma fala infantilizada. (ex.: “como ela está boazinha hoje”, para uma senhora de 60 anos.)

Colocar-se em posição adequada a visão do doente, para que ele possa receber o apoio sem se esforçar.

Nos hospitais e casas de apoio, em quartos comunitários, onde há mais enfermos, além daquele que você vai visitar, cumprimentar os demais, porem se concentrar naquele que deseja o apoio espiritual.

No hospital, não permanecer no quarto (enfermaria) durante a visita do médico e procedimentos de enfermagem, assim como nos horários de refeições.

Falar num tom de voz baixo no momento de oração, de acolhimento e em todos os espaços das instituições.

Dê liberdade para o doente falar. Ele tem necessidades que desconhecemos até ouvi-lo e falar pode aliviá-lo.

Não discutir ou abordar sobre religião. Acolher a todos, independe de religião. O mensageiro não faz discriminações e leva a palavra de fé a todos os que assim o desejarem.

No momento da visita, não buscar informações sobre o estado de saúde com o doente e familiares.

Evitar assuntos externos, como falar de acidentes, doenças, tragédias e coisas tristes, ou fazer comparações e dar exemplos pessoais que podem causar mal estar ao doente.

Reconhecer que o doente pode apresentar muita dor, ansiedade, culpa, frustrações, desespero, ou outros problemas emocionais e espirituais. Esteja preparado para enfrentar estas circunstâncias, acolhendo-as amorosamente.
O mensageiro, jamais deve interferir na conduta médica, não deve opinar e questionar sobre o tratamento nem sobre o estado de saúde dos doentes. Sua função é espiritual e deve atuar no sentido de infundir esperança e conforto ao doente.
Na visita para apoio espiritual, não domine a conversa. É importante ouvir e entender o que a pessoa quer compartilhar no seu momento de angústia.

Não forçar o enfermo a falar ou a se sentir alegre, e nem desanimá-lo. Seja natural no falar e agir e também busque deixá-lo a vontade.

Se você está dentro de um hospital ou casa de apoio, não espalhar detalhes ou informações íntimas sobre o doente.

Não usar práticas religiosas com a PROMESSA DE CURA, como: orações, unção, amuletos e outros que possam desestimular o doente a cumprir as prescrições médicas.
Não falar de suas doenças ou suas experiências hospitalares. Você não é o doente. Não levar problemas pessoais para o doente

O respeito aos diferentes credos jamais deve ser esquecido e se algum doente solicitar apoio de um membro de sua própria religião, este deve ser devidamente providenciado.

Fica proibida a prática de rituais religiosos sem a permissão das instituições.

A família do paciente

No exercício de sua função, o mensageiro deve respeitar e dignificar a família do doente quer esta esteja presente ou não.

Não tomar decisões pela família ou pelo doente. Poderá orientá‑los, mas não influenciá-los.

Nunca passar aos familiares informações do estado de saúde do doente que cheguem ao seu conhecimento.

Considerar que a família também necessita do apoio espiritual, dedicando um tempo do atendimento para esse fim.